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CANÇÃO ALÉRGICA
O tom desafinado dos motores,
Diante do olhar primaveril,
Percorre os horizontes de concreto.

E  s  p  a  n  d  e  -  s  e  .  .  .
E  s  p   a    n     d      e       -       s        e        !
Confunde-se,
Perante a poesia,
Com a melodia melada
Dos esgotos – rios-esgotos.

Oh! Quantos albatrozes
Povoam o desértico olhar...!

No subúrbio,
Um pássaro voou
De um outro morto;
Um ébrio cachorro caiu
Bebendo água do rio.

Oh! Quanta evasão
Nos frios acordes da “modernagem”!

Da prima ao bordão
Não havia nenhuma harmonia;
Mas o vento insistente
Soprava uma nova canção:
Em dias-sol
Em lixos-lá
Em vidas-si
Em mundos-dó
Embora a tristeza ainda estivesse
Presente em cada olhar.

Oh! Quanta hipocrisia
Se fez moderna poesia!
GILMAR PEREIRA LIMA
Enviado por GILMAR PEREIRA LIMA em 30/05/2010
Alterado em 17/05/2015
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